segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

RESSACA  ELEITORAL  NÃO  VITORIOSA

O meu dono acordou comm um humor de cão. Como é habitual em dia de pós-eleições mal e porcamente perdidas, hoje não se ligam televisões, rádios e os únicos jornais que entram em São Bento são os desportivos. Ainda que correndo o risco de ficar a pão e água o resto da semana, vou revelar ao mundo como é o dia em São Bento sempre que o meu dono não ganha as eleições (já há quem diga que eu sou uma espécie de WikiLeaks versão rafeirosa).  Neste dia, metade dos assessores não vem trabalhar alegando doença súbida e altamente contagiosa. A metade que vem trabalhar vem afónica e não pode falar. O meu dono organiza a recolha de um formulário com mo título "Por que perderam Manuel Alegre e o Partido Socialista as eleições apesar dos meus esforços?". São opiniões anónimas embora o meu dono insista que o nº de telefone tem que estar na folha. Depois de recolhidas as folhas, um assessor escolhido ao acaso fica encarregue de ler as folhas e fazer o relatório. Eis o que se concluiu:

O PS e Manuel Alegre perderam porque:
- estava um frio de rachar (o nº de telefone é do prof. Marcelo R. Sousa)!
- o povo português não confia em políticos com barba!
- o camarada Alegre usou 14538 a palavra "COMBATE" e isso assustou os eleitores!
- Cavaco inspira mais pena!
- Maria Cavaco Silva foi o cérebro por detrás da vitória de Cavaco!
- já não estão na moda políticos anti-fascistas!
- Alegre tinha o perfil ideal para presidente da Académica de Coimbra!
- Alegre nunca trabalhou das 9 às 5 (nº telefone Rui Rio/CMPorto)
- Vamos derrotar de propósito o camarada Alegre para que a direita revanchista fique a pensar que o camarada Sócrates vai perder as Legislativas e depois caimos-lhes em cima!
- Já "enterrei" 3 do PSD e agora mais um do PS, pá! (nº telefone privado)

Depois o sr. Primeiro-ministro pede ao motorista que leve uma prenda ao casal Cavaco, a Belém. Desta vez - e por que o Presidente não é homem que aprecie despesas em tempos de crise - foram uns carapaus de escabeche e arroz doce para  Ele e um romance do José Rodrigues dos Santos para Ela (mas o que tivesse menos descrições ridículas de actos pretensamente sexuais!). Depois é a vez do sr. Presidente telefonar a agradecer os carapaus de escabeche e o arroz doce. Ao telefone, ambos juram que o que disseram na campanha está dito, está dito, são coisas normais em democracia e agora o que o futuro do Presidente já está assegurado talvez se possam concentrar um pouco no futuro do país... mas só até à próxima crise! Depois - e só neste dia - o meu dono segue os hábitos salutares do ex-primeiro-ministro Santana Lopes e faz uma sesta!

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